A chuva acalmou por hoje.
Estou cansado, levantei-me cedo e o dia ainda não acabou. Sinto a tua falta
como se de um vício te tratasses. Os trabalhos de casa são imensos e a vontade
é nenhuma, não consigo pensar quando o meu coração me recorda o teu nome a cada
palavra que pronuncio. Escusado será dizer que te amo tanto ou mais como da
primeira vez que falámos e que hoje és mais importante do que já alguma vez
foste, e que com tamanha importância faço de tuas palavras minhas, " Como a Lua
sente falta do Sol a meio da noite, eu sinto a tua. "
O frio cobre-me como se
de uma manta se tratasse, tenho os pés gelados e contínuo sem saber notícias
tuas, deves estar a estudar como quem consome informação por prazer. Já não
consigo sequer fazer algo sem ti e te garanto que o meu medo é muito mais do
que somente nós, tenho mais medo do que nos separa. Destes malditos caminhos
que parecem não ter fim até ao momento em que os nossos gélidos corpos se tocam
novamente. A música alta leva-me a um tremendo jogo de ping-pong entre ti e a
maldita letra que me preenche e aconchega os ouvidos. Sinto que tudo o que te
digo já te disse, ou somente que o irei dizer numa altura merecedora de tal
facto, só que a duvida de não haver amanhã assusta-me e leva-me a dizer tudo
sem virgulas. Mas sabes, agora posso suspirar um “finalmente” e espero um dia
poder também dizer o quanto te amo sem estradas de traço continuo que nos
obrigam a permanecer separados.
O tempo fez por si só aquilo
que por nós já estava mais que feito.