Somos seis, seis
sobreviventes, seis amantes trocados pelo destino. Eramos o pensamento mais
abstraído da inocência e os mais apanhados desprevenidos. Eramos o cumulo da
ignorância e o presente de um passado temido. Fechados dentro de ‘quatro’
paredes revivemos os tempos de criança e os primeiros momentos juntos. Separados
pelo futuro, e unidos por um elevador que nos fez lutar lado a lado como se
tudo não tivesse um ‘porquê’ de ter acontecido. Mais juntos que nunca,
obrigados a viver sem qualquer tipo de espaço entre nós, não desejámos a ninguém,
mas pensem agora, foi bom, tão bom que tornámos um momento temido num momento
de riso, rimos tanto por algo tão parvo que meia hora passou e sinceramente,
quase voou. Adaptámo-nos ao que tínhamos como se fossemos um só e nunca demos
tanta importância uns aos outros como hoje. Não queria sequer ter fechado os
olhos naquele cubículo, não queria ver-nos desfalecer perante o que já nada podíamos
fazer e o espaço que nos quebrava os movimentos, não vos queria ver sofrer,
quero somente que fiquemos juntos para sempre, como se vivêssemos fechados
dentro de um miserável elevador. Só os 6, e um ‘elevador’.