joão miguel ♛

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Diante da noite fria, inspiro a saudade que tenho de te poder tocar, bebo o desejo de te poder olhar novamente nos olhos, aguardo novamente poder acordar a teu lado, sem medos ultrapasso todas as mágoas, nascem forças, morrem ilusões. Agora permaneço trancado, rodeado por quarto paredes que constroem a escuridão, recostado na cama, relembro a primeira troca de olhares e o ultimo acenado de adeus, lembras-te? Vi-te partir de lágrimas postas nos olhos e nem pude fazer nada, o coração caiu-me ás mãos e o vento que me bateu na cara cegou-me, olhei de novo e já nem estavas lá, mas como? Como posso-me esquecer de ti se és tão importante como ar que respiro? Se o teu toque delicado relembra a leve aragem da maresia, aquela que em tempos passados percorremos lado a lado sem pressas. São as várias peças do puzzle que construímos juntos, que hoje, me fazem ver o quão importante me és e a falta que me fazes. E a maior das cobardias seria dizer que apenas te amo. « Cláudia Lemos. »

domingo, 2 de outubro de 2011

Sigo solenemente num trajecto familiar, apanhando todas as memórias de infância, sussurrando todas as histórias de miúdo, tropeçando variadas vezes na mesma pedra que me fazia soltar uma gargalhada idiota que por sua vez me lembrava as brincadeiras de criança, atirando umas pedrinhas num ritmo despropositado em encontro a janela, numa tentativa de avisar que chegaria tarde, não esperei pela mais insignificante resposta num medo tremendo de esta ser negada e corri. Corria como um bebé que acabara de aprender a andar, livre e sem noção do perigo, sem qualquer destino. O vento que me batia na cara, apenas era reflectido numa risota toda de si contagiante, à medida que ia penetrando a imensa multidão e todos os pequenos grupos que se opunham no meu caminho e os seus olhos eram colocados em mim, reflectindo variados pontos de interrogação, questionando o porquê da imensa parvoíce de me comportar como a mais inocente criança, mas querem mesmo saber porquê? Porque se ainda existe alguém com vontade de viver, que sabe rir e que é verdadeira, é a nova e única geração, aquela que ao longo de tantos anos não sofreu uma única mudança e permanece igual por dentro, é a miudagem cujo coração inocente nem reconhece o significado da maldade, então porque não, sermos como eles?