joão miguel ♛

quinta-feira, 19 de julho de 2012



Chamadas Perdidas #8
Como sendo drasticamente o melhor hábito de todos os tempos, o meu dia mudara por completo. Tu voltaras a pertencer-me, mas ainda corrias para longe como se procurasses outro alguém, como se o teu coração não fosse unicamente meu. Mas o teu cheiro percorria-me novamente o corpo e a recordação do teu toque, afligia-me por completo. O meu coração batia descompassadamente como à muito não o sentia e tu, em meros segundos, voltas-te a ensinar-me a sobreviver. (…) Envolto em discordâncias de todo o meu pensamento, o medo de te ver partir assolou-me o corpo e raiva transformou-se em lágrimas, sentia o vento secar-me o rosto enquanto a chuva disfarçava a tamanha angustia em que me deixaras. Afoguei-me na tua nostalgia. Afoguei-me por completo e não via ninguém apto a salvar-me. Ninguém senão tu. Tu que estavas envolta no abraço de outro ser do qual nunca me tinhas falado. Parecias tão feliz. Tão feliz e constrangida. Seria possível? Olhavas-me de longe como quem pede perdão e eu assentia com a cabeça, seria burro ao ponto de me deixar magoar? (…) Mal forcei os olhos a fecharem-se e quando os voltei a abrir já não te via, esforcei-me a ver ao longo de toda a rua e nada, não estavas em parte alguma, procurava-te por entre a imensa multidão que via fugir desta tamanha tempestade quando o toque de fim de aulas me despertou, agora fazia sentido o enorme exame que em meros segundos rompeu o mundo, estava na hora de toda a viva alma retomar aos seus lindos aposentos, e lá ia eu também, rastejando ao sabor do vento (…) Deixei-me ficar pela televisão e nada comi entretanto, o sofá abraçava-me e os meus olhos diziam adeus a um longo dia. Foi quando a noite já ia longa e a lua se punha diante da estrela mais brilhante que voltei a ter outra chamada tua, uma chamada perdida.

quarta-feira, 11 de julho de 2012


« Desabafo. »
Olá meu amor, lembras-te de todas as promessas que fizemos juntos, dos desejos que construíamos a cada mensagem trocada e das necessidades que dizias ter todas as manhãs? Bem, temo dizê-lo mas está tudo debruçado sobre o alto abismo da depressão. Entrego-me de coração nas mãos e saiu felicitado por uma cara lavada em lágrimas, não percebo que se passou contigo, nem comigo, mas muito menos connosco, os tempos mudaram e já não és tu quem me procuras, e eu, de ti já não consigo obter mais que mensagens em vão. Ambos sabemos que em tempos errei, mas não dizem que todos temos direito a fazê-lo? Enfim, são palavras ditas em vão. Lutei e quando sinto estar num bom caminho, tu viras costas e deixas-me perdido sem sequer saber para onde ir, que esperas agora? Não vou correr atrás de ti, pois se esperas vingar-te de feitos do passado, parabéns, a sério, é de glorificar deixar-me cair no mesmo erro que cometi contigo, de qualquer das formas, também nada posso fazer agora. Mas, vai, corre, deixa-me sozinho, ignorante, não sabes tu que perdes e quantos anseiam pelo teu lugar no meu pódio. Desculpa o tempo que te tomei, foi só um desabafo de principiante.