joão miguel ♛

quinta-feira, 28 de junho de 2012



« Carta de Socorro. »
Sabes aquela vontade que tens de ser livre? Eu tenho-a mais que tu, mais que um pequeno pássaro que está a aprender a voar, mais que a vontade de tocar os teus lábios, mais que a vontade de te olhar nos olhos e poder proferir tudo o que agora não passam das cinzas de um intenso fogo, que queimou todo o tipo de sentimento que um adolescente domina em meros segundos. Onde resta somente um sobrevivente, o orgulho. Tão forte, tão genuíno, tão puro. Aquele que batalha comigo de punho erguido, o único que ainda consegue vencer sem qualquer tipo de arma. Nele, vai-se desgastando o meu coração e a vontade de sorrir, fica a vontade de viver e explode a escuridão. A carta de suicidio vira agora carta de socorro e eu não sei onde me agarrar. O papel suado lavado em lágrimas esborrata todo o tipo de agonia e as palavras retratam toda a minha vida, uma tremenda confusão. As quatro paredes sufocam-me e os gritos fazem-se ouvir, o vento canta suave e a lua chama por mim, a caneta caí, instantaneamente as lágrimas secam e o chão foge-me os pés. Sinto o vento a embalar-me e quanto mais perto dele, mais medo tenho. A lua grita socorro e o chão já me aquece o corpo. Os olhos pesados perdem a luz e a respiração torna-se nula. E tu, importas-te?

terça-feira, 19 de junho de 2012


« Aprende a amar, como eu te amo a ti. »
Hei-de te amar, por entre o grandioso mar de saber amar, mesmo assim hei-de saber amar-te. Amar-te-ei somente à minha maneira, pois quem ama de verdade, não tem regra para saber amar, logo, amar-te-ei como sei, como aprendi, como vi no mais bonito romance, como li no mais bonito conto. Amar-te-ei com erro, pois quem ama sem erro, não sabe o que perde num amor baseado na perfeição de fingir saber amar, não sabe o quão bonito é saber amar realmente, quando quem ama de verdade é quem sofre por gosto, ou por obrigação. Saberás que te amo quando te amar com prazer, não me obrigues a saber amar-te pois só te amarei se tu me amares a mim, e falo de saberes amar-me como sou, não de saberes fingir amar-me.  Cresci em coração mole que apenas sabe amar tal como lhe ensinaram, portanto já sabes que para te saber amar, fingirei primeiro que o sei e só depois de me amares, te amarei como sei amar. Agora, sei perfeitamente como hei-de te amar, e tu, sabes como me amar, ou terei de te ensinar a longa lição que te recusas a estudar?

sábado, 2 de junho de 2012


«MELHOR AMIGA»
Olá princesa, à muito que não te escrevo e tenho vindo a esquecer o quão importante és para mim. Sabes, por vezes temo que tu, guerreira de um coração tão nobre, venhas a partir e a deixar-me abandonado, mas depois penso em nós, nós que passámos por tudo juntos, nós que nos apoiámos quando mais ninguém sabia o que se passava, temo também que seja impossível destruir algo tão forte. Mas o destino apresenta-se diante dos nossos corações e os caminhos são distintos, não te vejo correr atrás de mim, tal e qual eu não vou correr atrás de ti, seguimos caminhos diferentes e eu espero que eles se voltem a cruzar, daquele jeito tão simples com que nos vimos pela primeira vez, lembras-te? Eu ainda sinto o teu doce olhar na minha direção como quem pedia ajuda, eu ainda me lembro desses caracóis a voar ao sabor do vento, eu ainda me lembro da sintonia tão bonita das nossas vozes entoando toda a estupida musica que nos embalava os corações… e agora, agora tudo se resume à força que os nossos corpos possuem de tamanha coragem que tivemos em erguermo-nos de cabeça erguida, é de ti que eu preciso, da tua força, do teu orgulho, do teu amor, da tua complexidade em seres somente quem és, em seres quem mais me conseguiu ajudar. A serio, obrigado, e oh, eu amo-te daqui à lua, e se não te importares eleva isso a um número que ainda está por inventar, sim princesa?