joão miguel ♛

domingo, 2 de outubro de 2011

Sigo solenemente num trajecto familiar, apanhando todas as memórias de infância, sussurrando todas as histórias de miúdo, tropeçando variadas vezes na mesma pedra que me fazia soltar uma gargalhada idiota que por sua vez me lembrava as brincadeiras de criança, atirando umas pedrinhas num ritmo despropositado em encontro a janela, numa tentativa de avisar que chegaria tarde, não esperei pela mais insignificante resposta num medo tremendo de esta ser negada e corri. Corria como um bebé que acabara de aprender a andar, livre e sem noção do perigo, sem qualquer destino. O vento que me batia na cara, apenas era reflectido numa risota toda de si contagiante, à medida que ia penetrando a imensa multidão e todos os pequenos grupos que se opunham no meu caminho e os seus olhos eram colocados em mim, reflectindo variados pontos de interrogação, questionando o porquê da imensa parvoíce de me comportar como a mais inocente criança, mas querem mesmo saber porquê? Porque se ainda existe alguém com vontade de viver, que sabe rir e que é verdadeira, é a nova e única geração, aquela que ao longo de tantos anos não sofreu uma única mudança e permanece igual por dentro, é a miudagem cujo coração inocente nem reconhece o significado da maldade, então porque não, sermos como eles?

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