Memórias do Passado

Sentado no parapeito da janela, com os fones ligados e a nossa musica a passar, revia o passado nas estrelas, aquele passado em que ainda existia um nós, aquele em que eu ainda era feliz. Revia pequenos momentos com grande significado, momentos que espero não terem sido apenas felizes para mim, momentos em que espero ter-te feito feliz. Foi então que não resisti, não fui forte o suficiente e o passado tocou-me no ponto mais fraco do meu coração e me fez escorrer as velhas lágrimas que à muito que não tocavam na minha face. Mais uma vez voltaram a escorrer como se não houvesse amanha, foi tudo tão rápido que não consegui mesmo resistir, afinal posso ser considerado aquele ser humano de que dizem ser forte, designado por sexo masculino, mas mesmo assim não sou de ferro, também choro, também tenho sentimentos, também sofro por amor… Não posso considerar-me feliz por tudo o que aconteceu, só posso dizer que estou um pouco mais aliviado, mesmo estando subcarregado de um tremendo sofrimento que não consigo dominar, que não me deixa representar o tão ensaiado sorriso falso. Foi então que a mais leve brisa da noite soprou e me acariciou a cara como tu antes me fazias, antes de ser passado, antes de eu ter dito “adeus”… e foi nessa mesma brisa que senti os meus olhos exaustos de cansaço fecharem, suaves como uma pena, sentindo ao mesmo tempo o resto do mundo parar à minha volta.